Publicado em 2016-09-17

Importância da oração com o jejum

Esd. 8:21-23

«Então, apregoei ali um jejum junto ao rio Aava, para nos humilharmos diante da face de nosso Deus, para lhe pedirmos caminho direito para nós, e para nossos filhos, e para toda a nossa fazenda. Nós, pois, jejuamos e pedimos isso ao nosso Deus, e moveu-se pelas nossas orações.»

A oração e o jejum foi prática do povo de Deus no Velho Testamento e da Igreja no Novo Testamento, para alcançar grandes vitórias e vencer grandes batalhas.

A oração a Deus, feita no Nome do Senhor Jesus Cristo, pelos crentes remidos tem muito poder. A Bíblia diz: «A oração do justo, pode muito em seus efeitos.» A oração só por si, pode remover montanhas. O Senhor Jesus deu-nos garantias de que a oração que fazemos em seu nome é respondida por Deus:

Joã. 16:23-24 «Naquele dia nada me perguntareis. Em verdade, em verdade vos digo que tudo quanto pedirdes ao Pai, ele vo-lo concederá em meu nome. Até agora nada pedistes em meu nome; pedi, e recebereis, para que o vosso gozo seja completo.»

Mas se juntarmos à nossa oração o jejum, a nossa oração torna-se a «a força atómica» do cristão. Por isso eu costumo dizer que a oração com o jejum é a arma que não conhece derrotas. O jejum capacita espiritualmente o crente para orar com eficácia.

A oração com o jejum é importante porque nos molda para o altar

A lenha que os sacerdotes do Antigo Testamento colocavam no altar tinha que ser moldada. Precisava ser partida nas medidas certas, cortada à medida do altar, unida uma à outra em cima do altar, antes de ser usada para queimar o sacrificio. Nós os crentes, somos como a lenha no altar da oração.

Estar no altar de Deus, não é como estar na praia ou no jardim, ou destraído a ver uma paisagem! Nós precisamos moldar-nos ao altar. O problema do farizeu que orou no templo e foi rejeitado, foi que orou fora das medidas do altar. Em vez de humilhar-se, exaltou-se, em vez de quebrantar-se, enalteceu-se. Luc. 18:9-14

A bíblia ensina como devemos estar no altar:
«Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.» Slm 51:17

«Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade e cujo nome é Santo: Em um alto e santo lugar habito e também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e para vivificar o coração dos contritos.» Isa 57:15

O jejum é excelente para criar estas condições em nós. Leva-nos à humilhação, à contrição e à dependência de Deus.

A oração com o jejum é importante porque leva-nos a definir o objectivo e a mante-lo bem vivo em nós

O jejum bíblico não é um mero acto religioso. Não faz parte da liturgia do culto e não se enquadra bem em calendários! Surge por necessidade, é impelido pela aflição e pela urgência que Deus responda à nossa oração.

Oramos e jejuamos porque precisamos que Deus nos socorra. A nossa aflição supera a falta de comida. Significa que a resposta de Deus à nossa oração é mais importante para nós do que as refeições ou até outros prazeres. Podemos jejuar em grupo ou pessoalmente, fora dos programas da igreja e sem que ninguém saiba - o Senhor Jesus nos aconselhou a fazer assim.

Jeosafá convocou um jejum com o povo, porque estavam ameaçados de morte. «Então Jeosafá teve medo, e pôs-se a buscar ao Senhor, e apregoou jejum em todo o Judá. E Judá se ajuntou para pedir socorro ao Senhor; de todas as cidades de Judá vieram para buscarem ao Senhor.» 2 Cor. 20:3-4

Ester convocou um Jejum com as suas moças, porque a aflição era grande e a tragédia já tinha data marcada. «Vai, ajunta todos os judeus que se acham em Susã, e jejuai por mim, e não comais nem bebais por três dias, nem de noite nem de dia; e eu e as minhas moças também assim jejuaremos. Depois irei ter com o rei, ainda que isso não é segundo a lei; e se eu perecer, pereci.» Est. 4:16

O jejum DEFINE o objetivo, sabe o que quer. Cada um de nós deve saber porque jejua, o que quer que Deus lhe faça, ou nos faça. Ninguém faz jejum por coisas vagas e supérfluas. O jejum faz-se por coisas importantes, muito necessárias e até urgentes.

Depois o jejum é muito importante porque mantem vivo em nós o objetivo, durante todo o tempo da oração. Não é fácil ficar dormente enquanto se jejua.

A falta de comida provoca em nós debilidade que nos favorece na presença de Deus. Quanto mais abatidos e contritos estivermos, mais atenção temos do Senhor nosso Deus. Enquanto jejuamos, o nosso objectivo não está apenas na cabeça, como nos dias normais - o jejum faz com que o objetivo esteja presente no corpo todo.

A oração e o jejum são importantes porque são a arma que não conhece derrotas

Jesus ensinou que há situações que só pela oração com jejum se podem resolver. Por exemplo, ele disse uma vez: « Mas esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum.» Mat. 17:21

Quando parece que a nossa oração não chega para alcançar o objetivo e a resposta que precisamos, então devemos orar e jejuar e a resposta será mais rápida. Um dos efeitos poderosos do jejum é que apressa a resposta à oração.

Jeosafá não podia esperar porque os inimigos estavão à porta - precisava da intervenção urgente de Deus! Por isso, ele convocou o povo para orar e jejuar e a vitória foi retumbante! 2 Crón. 20

Ester não podia esperar muito porque a data do morticínio dos judeus já estava marcada. Convocou as suas moças para a oração e o jejum e a resposta de Deus foi atempada e eficaz. Est. 4:16

É bom e maravilhoso esperar em Deus, mas se já oramos muito tempo e começamos a ficar cansados de esperar, é altura de juntar à nossa oração o jejum e assim apressaremos a resposta de Deus.

Isto porque a oração com o jejum é a arma que não conhece derrotas!

Esdras orou e jejuou e Deus se moveu pelas suas orações e o livrou dos inimigos a caminho de Jerusalém. «Então, apregoei ali um jejum junto ao rio Aava, para nos humilharmos diante da face de nosso Deus, para lhe pedirmos caminho direito para nós, e para nossos filhos, e para toda a nossa fazenda. Nós, pois, jejuamos e pedimos isso ao nosso Deus, e moveu-se pelas nossas orações.» Esd. 8:21-23

Neemias orou e jejuou e Deus se aplacou e perdoou o seu povo. «E, no dia vinte e quatro deste mês, se ajuntaram os filhos de Israel com jejum e com pano de saco e traziam terra sobre si.» Nee 9:1

Daniel orou e jejuou e Deus lhe deu a revelação mais extraordinária da história. Dan. 9:3-27 Porque a oração com o jejum é a arma mais poderosa dos cristãos que não conhece derrotas!

Concluo com algumas dicas práticas sobre o Jejum, tirados da minha própria experiência e conhecimentos adquiridos.

  • O jejum, é a abstinência ou privação de comida e outras coisas que dão prazer à carne, inclusivé: festas; passeios; desportes; sexo; etc. Abdicamos dessa coisas para nos consagrar-mos mais a Deus.

  • O tempo de jejum é estipulado pelo próprio. Normalmente é um dia, 24 horas, mas pode ser dois dias, três ou mais…​, conforme a luta e necessidade que a pessoa sente. O nosso organismo está preparado para ser privado de alimento vários dias, sem sofrer danos. Normalmente, a fome desaparece depois do terceiro dia. Há razões que explicam este fenómeno: o organismo alimenta-se de gorduras supérfluas que até nos são prejuciais. Normalmente perdemos 0,5 Kg por cada dia de jejum. Quando essas gorduras terminam, a fome volta e aí convêm começar a comer, para evitar que os músculos sejam consumidos.
    O tempo de jejum deve ser programado antecipadamente e não começar um jejum prolongado sem ter feito preparação. Deve-se jejuar primeiro um dia, uma ou duas vezes, depois dois dias, depois tres e assim sucessivamente. O Jejum só é realmente difícil nos primeiros três dias, até o estômago se libertar de todos os vestígios de alimentos e parar de reclamar comida. Ao fim de três dias a fome desaparece e só volta quando terminarem as gorduras supérfluas.

  • É necessário beber água. A água não quebra o jejum. O nosso organismo não pode viver sem água. Na minha ignorância, fiz jejuns prolongados sem beber água e depois entrei em desidratação e tive problemas renais.

  • O jejum não é greve de fome, pois esta representa um protesto. O jejum bíblico deve ser sempre acompanhado de tempos prolongados de oração, de consagração a Deus e objectivos espirituais fortes, sempre ligados à vontade de Deus e Sua Glória.

  • O fim do jejum requer também alguns cuidados especialmente no que respeita à alimentação. Depois de um jejum prolongado, não se deve tomar uma refeição substancial. Precisamos tomar refeições leves: uma canja de galinha, um caldo de cenora, coisas líquidas e puco a pouco e ir caminhando para o normal.

  • O jejum pode ser individual ou em grupo. Se fôr em grupo, é necessário estabelecer regras e cumprir regras, mas os principios fundamentais são os mesmos. Jesus ensinou que não devemos fazer propaganda do jejum, mas fazê-lo discretamente diante de Deus.

  • Convém ter em conta as situações medicamentosas, especialmente nos seniores, porque há medicamentos que maltratam o estômago vazio.