Publicado em 2017-07-26

Transferindo valores materiais para o Céu

Construindo a nossa eternidade (2ª parte)

Mat. 6:19-21

«Não ajunteis para vós tesouros na terra; onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consumem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração.»

Todos nós esperamos receber algo no Céu, algum galardão. Mas o galardão que teremos no Céu é constituído por valores que enviamos para lá durante a nossa vida terrena.

É bem claro nas Escrituras que o galardão que receberemos no Céu foi ganho na terra durante a nossa vida. O livro de Apocalipse (capítulos 2 e 3) apresenta uma lista de condecorações dos crentes no Céu: «…​ao que vencer…​» tem por base vitórias ganhas na terra.

Todos nós precisamos abrir bem os olhos para que não tenhamos alguma grande surpresa ou desilusão no Céu com o nosso galardão. Embora Jesus pague bem e pague tudo (até copos de água fria, Mat.10:42.), só pagará coisas reais, efectivas, verdadeiras. Não pagará dois copos de água a quem deu apenas um. Jesus mesmo disse: «O meu galardão está comigo, para dar a cada UM segundo a sua OBRA. (Apo. 22:12)

Tem que haver obra feita para que haja um galardão. O Céu faz contas precisas e justas de tal maneira que o nosso galardão pode aumentar ou diminuir. (2 Jo.8) O galardão não depende da graça (favor imerecido) como a salvação, ou do amor de Deus. O galardão é uma recompensa pela obra feita - «…​cada UM segundo a sua OBRA.»

Ninguém pode esperar um grande galardão, mandando migalhas para o Céu.

Precisamos transferir para o Céu as coisas que são transferíveis enquanto temos tempo e vida

Nem tudo podemos mandar para o Céu. Há coisas que não são transferíveis - os automóveis, as casas, as roupas, as comidas e as bebidas, etc. Há quem diga: «O que se leva desta vida é o que se come e o que se bebe…​», mas não é verdade. O que muitos levam será os seus pecados.

Acerca dos crentes que morrem no Senhor, a Bíblia diz: «…​ Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, pois as suas obras os acompanham.» (Apo. 14:13)

Podemos transferir valores materiais para o Céu. Quando Jesus aconselhou a «…​ajuntar tesouros no Céu…​» (Mat. 6:19-20), estava a referir-se a coisas materiais. Vamos estudar como se transferem valores de ordem material para o Céu. Construir a nossa eternidade significa transferir para o Céu o máximo dos nossos valores, como fazem os emigrantes num país estrangeiro em relação ao seu país de origem.

Nós somos estrangeiros e forasteiros nesta terra; a nossa pátria definitiva é o Céu e é lá que queremos construir o nosso tesouro.

Os bens que transferimos para o Céu são nossos para sempre, os bens que deixamos na terra perdemo-los para sempre

Uma das maiores dificuldades durante a nossa vida é a administração dos nossos bens. Normalmente fazemos ao contrário do que Jesus Cristo ensinou. Ele disse: «Não ajunteis para vós tesouros na terra; onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consumem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração. » (Mat 6:19-21)

Isto significa que o que ajuntarmos no Céu está seguro e é nosso para sempre; e o que ajuntarmos na terra não está seguro e vai deixar de ser nosso.

Os crentes de Corinto compreenderam esta verdade e a Bíblia diz que eles «punham de parte o que podiam ajuntar…​» (1 Cor. 16:2) para as colectas que entregavam para a obra do Senhor. Estavam a transferir o máximo possível para o Céu.

Os crentes da Macedónia eram muito pobres mas foram abundantes nas ofertas para os cristãos necessitados na Judéia (2 Cor. 8:1-3). Estavam preocupados em transferir o máximo para o Céu, apesar de serem pobres.

No livro dos Actos dos Apóstolos, os crentes decidiram transferir todos os seus bens materiais para o Céu! (At. 2:45) Venderam as suas propriedades e repartiram com quem tinha necessidade!

Realmente erramos se usarmos o que Deus nos dá - e às vezes é muito! - para acumular tesouros na terra em vez de amealharmos no Céu.

Para construir a nossa eternidade pode ser necessário rever e alterar a nossa política económica.

Que bens materiais podemos transferir para o Céu?

Este é um assunto central. Vamos desenvolve-lo com base na Bíblia.

Dando ofertas alçadas para a obra do Senhor

A Bíblia diz: «…​Ninguém apareça vazio perante mim.» (Exo. 23:15) Deus ordena que façamos ofertas no culto que lhe prestamos. O nosso louvor e adoração não devem ser só palavras; também são precisas obras, ofertas que demonstrem o nosso amor a Deus.

Quando Deus tirou o povo de Israel do Egipto, despojou os egípcios (Exo. 12:35-36) e deu os seus tesouros ao povo de Israel; mas depois pediu-lhes tudo de volta para construir o tabernáculo em pleno deserto e eles deram tudo ao Senhor (Exo. 35:4-9; 20-29). Deus é liberal connosco e dá-nos muito, mas espera a mesma generosidade de nós. Não devemos exigir pães e depois dar migalhas.

As nossas ofertas alçadas são uma forma de transferirmos bens para o Céu. A Bíblia diz: «Mas digo isto: Aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e aquele que semeia em abundância, em abundância também ceifará» (2 Cor. 9:6). Assim, ninguém deve esperar receber um grande galardão no Céu sendo mísero nas sua ofertas alçadas.

Transferimos para o Céu investindo na missão

«E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura.» (Mar. 16:15) Só há duas formas de cumprir esta ordem do Senhor Jesus: indo pessoalmente como missionários ou sustentando os que vão com as nossas ofertas. A obra missionária deve ter uma rubrica razoável no nosso orçamento mensal. Cada crente, cada família cristã deve separar uma fatia do seu orçamento para o trabalho missionário da igreja. Esta é uma boa forma de transferir valores para o Céu. Alguma igrejas utilizam as promessas de fé para a missão e esta é uma boa oportunidade.

Enviando valores para o Céu através da beneficência

«E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido. Então, enquanto temos oportunidade, façamos bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé.» (Gál 6:9-10)

A beneficência não somente agrada a Deus mas promove o nosso património no Céu, quando usamos os nossos recursos para ajudar outros. Há muitos necessitados à nossa volta. Temos responsabilidade de ajudar os nossos irmãos na fé. Mesmo descrentes que estejam passando necessidades, devemos ajudá-los. A Bïblia diz: «Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu

irmão necessitando, lhe fechar o seu coração, como permanece nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obras e em verdade.» (Jo 3:17-18). Usando os nossos bens para ajudar os necessitados estamos transferindo valores para o Céu. Mesmo formos pobres podemos ser generosos, como foram os crentes da Macedónia (2Cor. 8:2).

Podemos juntar tesouros no Céu dando esmolas aos pobres

«O que se compadece do pobre empresta ao Senhor, que lhe retribuirá o seu benefício.» (Prov. 19:17) Encontramos pobres por toda a parte de mão estendida. Não devemos voltar a cara e ignorá-los sistematicamente. A Bíblia têm advertências muito sérias acerca dos pobres: «O que oprime ao pobre insulta ao seu Criador; mas honra-o aquele que se compadece do necessitado» (Prov. 14:31). «Quem tapa o seu ouvido ao clamor do pobre, também clamará e não será ouvido.» (Prov. 21:13)

As dádivas aos pobres são um importante meio de transferir valores materiais para o Céu. A Bíblia diz: «Quem dá aos pobres empresta a Deus» (Prov. 19:17). Jesus aconselhou um jovem rico a vender os seus bens e a dar aos pobres (Mar. 19:21). Deus regista no Céu, as esmolas que damos aos pobres (Mat. 6:3-4; At.10:2, 4, 31). Como será a nossa conta no Céu, no que se refere aos pobres? É necessário despertarmos para a nossa responsabilidade para com os pobres. A regra áurea encontra-se em Gálatas 2:20.

Construindo a nossa eternidade faz-se juntando tesouros no Céu, com disse Jesus. Existem formas e meios de transferir para lá valores durante a nossa vida terrena, os quais depois iremos encontrar lá e serão nossos para sempre.